COMPOSTAGEM LAMINAR

É o processo de compostagem lento, sem o trabalho de ter que juntar, misturar e molhar o produto.
O sistema é através da cobertura da terra com um ou mais produtos trazidos de fora da área como bagaço de cana, casca de arroz, palha ou sabugo de milho, serragem, folhas, grama ou qualquer outra biomassa. Antes da cobertura podemos aplicar um composto ou esterco bem curtido, levemente incorporado ou apenas superficialmente
A compostagem laminar é uma cópia da natureza, onde nada é incorporado mecanicamente. Nas matas e bosques as folhas caem no chão e as minhocas, insetos e microorganismos da terra transformam isso em alimento para a planta. Esse sistema tem a grande vantagem de deixar a terra sempre coberta, protegendo-a assim contra o sol e o impacto da chuva. Na produção orgânica profissional, a terra é deixada sempre coberta com material vegetal e/ou com plantas. Isso é essencial num país tropical como o Brasil.
Quando um solo possui  baixo teor de fósforo podemos aplicar na palha até 600 kg de fosfato natural como Araxá ou 400 kg de Yoorin por ha. Além de melhorar o teor de fósforo, isso favorece a fixação do nitrogênio atmosférico por processo fotoquímico natural. Esse processo quase miraculoso foi descoberto por Dr.N.R.Dhar, sábio indiano. A fixação do nitrogênio pode atingir mais de 100 kg de N elementar por hectare / ano, desde que haja umidade suficiente.
Mais uma vantagem da cobertura deve ser mencionada: é o efeito do controle do mato. Todo tipo de palha ajuda a abafar e a controlar o aparecimento do mato, mas palha de aveia e arroz é conhecida por seu efeito alelopático, isto é, a palha solta um extrato que inibe o nascimento de vários tipos de mato. Cobrindo a terra podemos economizar em pelo menos 30% a quantidade de água na irrigação e o impacto da chuva dos aspersores.
Com a cobertura aumenta bastante a microvida do solo. Minhocas e outros microorganismos não sobrevivem em terra sem cobertura.

ANA PRIMAVESI